A culpa não é sua!
- Geanne Paulino

- 20 de jun. de 2024
- 10 min de leitura
Atualizado: 25 de jun. de 2024
Olá! Você que está se sentindo frustrado, com baixa autoestima em função do excesso de peso, já fez cirurgia bariátrica ou está pensando em fazer, este conteúdo é para você!
Imagino que se olhar no espelho e não se reconhecer, ter dificuldade de subir um lance de escadas, amarrar os sapatos, não poder escolher suas roupas e sim ser escolhido pelas roupas que lhe servem, deve ser um desafio e tanto! Não deve ser fácil não sentir controle sobre si quando o assunto é obesidade! Mas quero que saiba que o poder para perder peso está em sua mente e eu estou aqui para que você possa encontrar os recursos necessários para vencer esse ciclo vicioso em relação à comida. Tudo isso com saúde, equilíbrio e bem estar.

Meu nome é Geanne Paulino, sou psicóloga clínica há 13 anos e estou aqui para ajudar pessoas obesas a emagrecer com qualidade de vida, amor próprio e se sentirem mais felizes nos corpos que habitam.
Hoje eu vou te mostrar que estar obeso não é culpa sua, mas manter-se obeso é uma decisão que somente você pode tomar!
Estudos mostram que a obesidade é uma doença crônica e multifatorial, que não tem cura, mas tem tratamento, uma vez que precisa de vigilância contínua, mesmo para quem já fez a cirurgia bariátrica. E foi pensando nas pessoas que se culpam por serem obesas, que resolvi vir aqui falar com você! Vou explicar o que de fato é a obesidade, quais são os maiores problemas de quem sofre com ela e mecanismos para deixar a culpa de lado e entrar em ação para combater a doença.
Você não tem culpa de estar obeso, mas se manter obeso é uma decisão sua! Então, independente do momento que você esteja, se já fez bariátrica ou não, vou te ajudar a ter mais empatia consigo mesmo, amor próprio e confiança. Melhorar sua qualidade de vida com autoconfiança, autoestima e saúde é o foco do meu trabalho.
Geralmente, quem tem obesidade sofre tanto com as consequências acometidas pela doença, quanto com o estigma social, preconceito e crenças distorcidas impostas pela sociedade a respeito do tema. Então quero desmistificar essas crenças, trazer o que de fato é a obesidade e quebrar o preconceito que atribui o sobrepeso a uma falta de controle de si mesmo.
Todos os dias no consultório me deparo com o sofrimento das pessoas obesas que se culpam por estarem naquela situação. Elas contam que já tentaram de tudo para vencer a obesidade, mas não conseguiram. Então, além de lidar com a doença, lidam com o fracasso de terem tentado e não terem alcançado os resultados que gostariam. E nessa hora, preciso explicar que a obesidade é uma doença e estar doente não é culpa de quem sente, mas não buscar o tratamento é uma escolha. Dessa forma, dou as condições necessárias para que a pessoa possa olhar para si com mais amor e menos culpa, pois só o fato de estar buscando o tratamento já é um movimento que merece aplausos.
Conviver com a doença além dos riscos fisiológicos como problemas cardíacos, circulatórios, diabetes, entre outros não é fácil, imagina ter que conviver com a doença da desinformação e do preconceito?!
Você não sente culpa quando está resfriado, sente?
Então por que se culpar por ser obeso?
Estudos mostram que ser obeso é uma experiência predominantemente negativa para a pessoa e o estigma imposto pela sociedade, aumenta ainda mais esse sentimento negativo fazendo com que quem sofre com a doença, não se sente motivado a mudar. Passa a acreditar que é uma condição que não consegue lutar contra. Por outro lado, o estudo mostra que nas condições certas, com apoio adequado, o estigma pode ser um gatilho para a mudança necessária que a pessoa precisa para a perda de peso.
Com base em estudos, sabemos que são múltiplos fatores que resultam no desenvolvimento da obesidade: fatores genéticos, ambientais, emocionais e também estilos de vida. Os hábitos de vida modernos favorecem significativamente o consumo de alimentos pouco saudáveis, calóricos e de mais fácil acesso. É mais barato e rápido abrir um pacote de bolacha do que preparar uma proteína que vai lhe trazer valor nutritivo e mais saúde. Além disso, temos o sedentarismo como outra causa da obesidade. Se considerarmos a correria do dia a dia nesse mundo moderno que valoriza mais a produção do que a saúde do trabalhador, vamos nos deparar com a falta de tempo para o que de fato é essencial, a saúde (do corpo, da mente, das relações sociais).
Atualmente, temos inúmeras pesquisas mostrando que a longevidade tem a ver com as relações sociais que estabelecemos ao longo da vida. Isso significa dizer que a promoção de relações sociais saudáveis pode contribuir para uma vida mais longa e satisfatória.
E considerando que uma das maiores queixas que ouço dia a dia no consultório é a dificuldade que a pessoa tem para sair de casa, participar de eventos sociais no trabalho, na família, praticar atividade física por não conseguir se relacionar com outras pessoas e por ter vergonha do próprio corpo, sentir observado, julgado.. Essa pessoa certamente não terá o ganho que a pesquisa acima mostra, pois precisamos estar bem conosco para conseguirmos ampliar nossa rede de amigos, para nos relacionar. E você, como estão suas relações sociais? Tem desfrutado de momentos com amigos?
Esse tema não é importante apenas para trazer conhecimento sobre o que é a obesidade e os riscos acometidos por ela, mas também para buscarmos caminhos para melhorar a qualidade de vida em todos os âmbitos da nossa existência.
Sabemos que o organismo humano é todo interligado. Recentemente, a medicina tem estudado muito a relação entre intestino e cérebro. E descobriram que a serotonina, um dos neurotransmissores associados ao humor e ao bem-estar, tem 90% de seus receptores localizados no intestino. E a deficiência de serotonina no cérebro é fortemente afetada pelo intestino. Ou seja, o intestino se conecta com o cérebro e quando estamos sob estresse prolongado, o intestino reduz suas funções para que o cérebro tenha mais energia. Isso faz com que o fluxo sanguíneo no intestino seja reduzido e a mucosa protetora das paredes intestinais fiquem mais finas, nessas condições, as bactérias intestinais vão produzindo substâncias químicas que causam inflamação. E sabemos que a obesidade é uma doença inflamatória. Então, cuidar da saúde do intestino pode ter impacto significativo para a saúde mental e emocional. Assim como cuidar do estigma da obesidade pode trazer benefício significativo para quem sofre com a doença em todos os âmbitos de sua vida.
E por que estou te contando isso? Por que sabemos que a serotonina é um neurotransmissor associado à depressão. Quem tem depressão tem redução da serotonina. E o que acontece quando os níveis de serotonina estão rebaixados? A pessoa não tem disposição para fazer exercícios, trabalhar, sair de casa,…muita gente associa a depressão como uma pessoa que é preguiçosa, que não tem energia.. sendo que esses sintomas de não querer sair de casa, trabalhar, ver as pessoas… faz parte do quadro sindrômico da depressão. O nosso cérebro funciona com vários neurotransmissores e eles geram emoções, pensamentos e sentimentos. E é por isso que você precisa ficar atento ao seu corpo, aos seus sentimentos, até mesmo no formato do seu coco. E por que isso? Uma pessoa inflamada, com redução de serotonina por exemplo, certamente não vai ter seu intestino funcionando adequadamente, ora seu coco vai estar num formato bolinha como carneirinho, ora com dificuldade de evacuar, oscilando entre prisão de ventre e diarreia.
Está vendo como nosso corpo apresenta sinais? O nosso coco já é um indicativo de que algo não vai bem. Quem tiver curiosidade e quiser saber o formato mais saudável do coco, deem um google aí e vejam a escala de bristol. A escala de bristol é uma classificação do coco em sete categorias que vai considerar a forma e a consistência do seu coco.
Eu te contei toda essa história para você ir se observando e lendo os sinais que o seu corpo te mostra. Toda a resposta está dentro de você e eu quero te ajudar a encontrar essas respostas. Então vou te mostrar como identificar esses sinais para que possamos juntos encontrar o que realmente está impedindo você de perder peso e ter mais disposição para levantar da cama com mais energia, fazer seu café da manhã com vontade de cuidar de você, sair para o trabalho animado de ver as pessoas, conversar, fazer uma atividade física, se alimentar de forma adequada e gostar desse novo estilo de vida que estamos aqui tentando trazer pra você.
Mas para tudo isso, quero que você volte lá atrás no que já conversamos até aqui e tire essa culpa de ser obeso de dentro de você. Pois primeiro você não sabia que a obesidade é uma doença crônica que envolve vários fatores, e segundo você cresceu acreditando que o seu problema é por que você come demais. Então quero te contar que esse não é o seu problema. Sabe por quê?
Por que “Comer muito não causa obesidade, é a obesidade que faz você comer muito”. Então claramente melhorar a alimentação não vai resolver a obesidade, mas tratar a obesidade vai levar você a melhorar sua alimentação. E eu vou repetir isso para você até você entender a obesidade como doença. Pense comigo, às vezes você está comendo bem, fazendo tudo direitinho, mas seu organismo está te boicotando, pois não tem energia para gastar.
Você não é o que você come, também não é o que você treina, nem o quanto você dorme. Mas você é o que o seu organismo faz a partir do que você come, treina e dorme. Você é o que o seu organismo faz a partir daquilo que você dá para ele.
Está vendo como tudo está interligado? Não é apenas um único comportamento que fará você alcançar os resultados que deseja. Mas são pequenos comportamentos juntos e sincronizados que o ajudará nessa virada de chave. Entenda que você é único, não é a toa que tem uma digital que ninguém mais no mundo tem igual a sua. Então por que você vai se comparar aos outros e se colocar no mesmo balaio de fracasso, preconceito e estigma sobre a obesidade? Volto a repetir, a culpa não é sua! Não é falta de força de vontade! Não é falta de vergonha na cara! É sim falta de informação. A obesidade precisa de ciência e respeito! E isso envolve também os profissionais de saúde. Nós também precisamos orientar aqueles colegas que ainda encaram a obesidade como se fosse responsabilidade do paciente. Trazer informação baseada na ciência e com isso fazer você se acolher, se respeitar e encontrar o tratamento que de fato irá te ajudar a sair da culpa e ir para a ação. Você não vai conseguir mudança de comportamento se ficar se olhando no espelho, olhar o que não gosta de ver, ter dificuldade de sair de casa por que não sabe o que vestir ou como comer perto de pessoas que você julga que estão te vigiando.
Quero que a partir de hoje, você prometa para você mesmo que acabou esse ciclo vicioso de criar desculpas para não encarar a obesidade como doença. Quero que você esqueça os julgamentos das pessoas que ainda não entenderam isso e olhe para você e entenda: Você não tem culpa de ser obeso, mas tem responsabilidade de se manter obeso. E ninguém, ninguém vai ajudar você a se ajudar se ficar julgando o tanto que você come, se você faz atividade física ou não, se você está conseguindo sair de casa ou não. Então se não for para ajudar, não deixe que ninguém atrapalhe seu processo. Vamos juntos, vamos buscar a melhor versão de você e se cuidar com mais amor. Só você sabe o tanto que sofre ao viver e conviver carregando o peso do seu corpo. Só você sabe a dificuldade que é para amarrar os sapatos, dormir um sono reparador, comer sem se sentir culpado… só você sabe todo o desafio que é estar num corpo que não é aquele que você deseja estar. Eu estou aqui e vou dizer quantas vezes for preciso que não precisa mais viver assim. A vida é maravilhosa e você ainda tem muito para desfrutar dela, vestir a roupa que deseja vestir, não mais por que é a única que lhe serviu, olhar-se no espelho com admiração da pessoa que você vê, desfrutar de bons momentos com as pessoas que você ama.
Bora se amar mais?! Você pode começar se observando a partir de alguns comportamentos que chamamos de pilares para o emagrecimento. São eles: boa saúde mental, cuidados médicos, alimentação saudável e atividade física. Dê uma nota de 1 a 10 em como você está em cada um deles. Depois coloque na frente da nota que você se deu, qual o seu objetivo, qual nota gostaria de ter. Feito isso vou te pedir que separe 1h do seu dia para se cuidar:
1- Movimente-se! - 30 minutos
O que você gosta? Caminhada? Bike? Jogar tênis? Vôlei? Nadar? Enfim, aqui eu quero que você descubra o que gosta de fazer. Será que na adolescência, por exemplo, você fazia algum esporte que depois de adulto parou de praticar? O que você já gostou um dia que agora não faz mais? Essas perguntas são importantes, pois eu quero que você se observe e pare de associar atividade física com academia, com levantar peso.. pois nesse início precisamos colocar alguma atividade que você consiga se movimentar e ter constância em fazer. Ter compromisso consigo mesmo!
2- Organize suas refeições de acordo com seu plano alimentar -15 minutos
Aqui eu quero que você olhe para o seu plano alimentar, abra a geladeira, veja o que tem, o que falta comprar e escreva o cardápio da semana. Vai dar preguiça, vai! Mas é essencial que você programe sua alimentação para evitar recaídas com alimentos pouco nutritivos de calorias vazias que só vai te inchar e te deixar culpado depois. Pode ter certeza, depois que você conseguir manter essa rotina em organizar sua alimentação e planejar o seu dia, vai ser difícil ceder às besteiras e aos alimentos que não estarão no seu programa alimentar. Uma dica é deixar as porções já montadas. Já percebeu que quando comemos besteiras é por que pegamos o que está de mais fácil acesso? Você abre um pacote de biscoito porque já está ali, de fácil acesso. Que tal abrir a geladeira e ter uma porção de proteína já pronta!
3- Tire 10 minutos para anotar tudo o que comeu e exercitou ao longo do dia
Se você soubesse como é importante materializar o que estamos pensando e fazendo, anotaria toda a sua rotina! Isso ajuda e muito a visualizar onde você está acertando e o que poderia mudar para ter um resultado de sucesso. É apenas 10 minutos do seu dia! E pode ter certeza que fará toda a diferença no seu resultado.
4- No fim do dia, antes de dormir, gostaria que você anotasse como se sentiu com esse novo estilo de vida de mudança de hábitos - 5 minutos
Aqui eu quero que você anote o sentimento que veio depois de um dia observando o seu comportamento. Pode ser que no início você se frustre, mas lembre-se que podemos recalcular a rota sempre que for necessário. Você não precisa continuar insatisfeito do jeito que está, esse sentimento você já conhece!
No início você vai ter dúvida se isso vai mesmo te ajudar, mas eu te garanto, que se você tiver constância em seu hábito diário, seu cérebro vai se acostumar e o comportamento que antes era consciente passa a ser inconsciente, ou seja, já vai fazer parte da sua rotina sem nenhum pensamento sabotador.
Deixe nos comentários como foi para você esse início de mudança de hábitos! Vou adorar saber!
Se depender de mim, já vamos começar agora! Pode ter certeza, todo o meu estudo é voltado para combater a desinformação e trazer a realidade sobre a temática obesidade.
No meu Instagram coloco várias outras informações práticas para te ajudar nessa jornada.
Até a próxima!



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